se o mundo acabar
antes de mim
escrevo o seu epitáfio
lamento o seu passamento
velo sua partida
choro os seus mortos
retiro o meu chapéu
visito suas bibliotecas
e acendo uma vela
em cada mesa
leio um verso de despedida
na desordem dos livros
e parto à noite
em silêncio
sem fechar as portas
e encerrar as páginas
as almas penadas
do mundo extinto
liberto