não podemos contra eles.
só lutamos porque é o único
ato que concebemos.
combatemos com palavras
na esperança de ferirmos
o oponente.
nosso arsenal de ritmos
e sílabas
avança contra as hostes
do inimigo.
embora sucumbamos
embora os corpos virem repasto
para os abutres,
eles jamais
dormirão de novo
sem ouvir
em seus pesadelos
o toque renitente
e erosivo
de nossos poemas
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