“di quella sozza e scapigliata fante
che lá si graffia con l’unghie merdose,
e or s’accoscia, e ora è in piedi stante.”
(Inferno, XVIII)
quando a porta ele fechava
ao burburinho arenoso
das falas nos corredores
e o casaco repousava
no espaldar da cadeira
secando o suor do rosto,
ela o mirava,
os grandes olhos luzentes,
e assim que molhava os lábios,
que grossos emolduravam
fileira espessa de dentes,
lhe dizia, os pés planando
a dois dedos do chão vermelho:
“Lindo corte essa calça tem!”
em si o contido não dava
o desvio do olhar, ou se desse,
ao menos diria um não-dito;
a voz, porém, se acumulava
em sílabas sem graça ou jaça
na mesa atulhada de livros;
tenção de sair era frustrada
pela enxurrada de acentos
que se interpunha no impulso
o mais, no entanto, que aturdia
o pensamento de evadir-se
era o afecto mover das mãos
que aos olhos e nariz aderia.
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