1
ter-te apenas
corpo
sem luz
e som
mas só
a geometria
do teu respiro
o peso oblíquo
de tua gravidade
a solidez
túrgida
(em meu peito)
do teu mover-se
corpo apenas
contorno
do meu beijo
e ainda
o cheiro
do teu fruto
aberto
que me doa
o sumo
do teu gosto
*
mas não
a luz da cor
o refratário
lance
do teu cálido
estupor
o revérbero
brilhante
do teu corpo
inferior
nem a fagulha
aguda
de tua palavra
a centelha
ofuscante
do pensamento
não o teu ser
abscôndito
*
só
o teu corpo
decúbito
2
e ser-te apenas
cor, vibrar-te
a córnea
e a têmpera
ser-te a voz
melódica
na tua palavra
prenhe
ressoar-te
o harmônico
do pensamento
na tua esfera
perfeita
e assim
ser-te
teu hemisfério
porção que vaga
o útero
azul e vago
do teu infinito
ser-te enfim
o ente
*
mas não
tua memória
da terra
encharcada
o perfume eólico
do teu seio
o teu lugar
no espaço
(rastro do teu ser
no hall da vida)
não o afastar-me
na tua pele
(muro
de lamentos)
nem o espanto
sanguíneo
que te tinge
o ventre
(teu flamejante
viço)
*
só o ser
enojado
de finito
domingo, 3 de agosto de 2014
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