domingo, 5 de abril de 2015

Durante a madrugada


Acordei às três para fazer
quatro estrofes de um poema.
Um sonho sugeriu-me
fazê-lo sobre Helena.

Não a de Troia, a da Vila Madalena,
a de olhos de bezerra,
de voz grega, de cheiro de almíscar,
de dentes perfilados

como estrelas em cortejo,
de ossos que estalavam,
de unhas que inscreviam
o amor em minhas costas


como os muros da cidade
arquivam pensamentos.
Mas o sono chaveou a memória
e capitulou o poema.

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