se sabe que havia
oito tiros nas costas
e o corpo no mato
jogado pelos capangas
após a discussão
sobre quem errara
quando o vigia do banco
sacou o 38
e expirou ali
junto à porta de vidro
não sem antes
desferir três tiros
e um deles na coxa
do que estava
junto ao caixa,
o motorista,
que estacionara
frente à agência
o Santana roubado
azul metálico,
rodas de liga leve
e os bancos altos
que a loirinha
a chamada
de gostosa
ingenuamente
cobiçara
quando os quatro
cruzavam
a Nove de Julho
paquerando
as encorpadas
após repassado
o plano do assalto
na loja de tintas
ainda aberta
àquela hora
apesar de viva alma
entrar no intuito
de embelezar a vida
entre quatro paredes
enquanto se cheirava
cocaína no banheiro
dos fundos e sorria-se
da vida nem assim
tão franca
mente
diluída nem também
trágica, mas da pequena
Carolina, quatro anos,
que, dizia-se,
o humor da mãe,
o que era o mote
dos sorrisos estampados
quando as armas
se fechavam
após serem revisadas.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
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